sexta-feira, 9 de dezembro de 2011

MORGENTHAU - PRINCÍPIOS DO REALISMO

MORGENTHAU

Hans Morgenthau, pensador realista, define seis princípios da Escola Realista de Relações Internacionais.

Princípios do Realismo:

1. Leis Objetivas - assim na sociedade, também na política. As relações internacionais repetem, entre os Estados (atores internacionais) os comportamentos repetitivos da sociedade, pautados por interesses (leis) e aquilo que é imutável nestes comportamentos (objetividade);

2. Poder - objetivo principal dos Estados. Racionalidade no comportamento do Estado para assegurar o Poder no cenário internacional;

3. Conceito de Poder variável - em dimensão de tempo e espaço. Assim também seu exercício;

4. Princípios morais - atuados conforme o interesse do Estado (relacionado ao Poder);

5. Conceito de Princípios morais variam - em dimensão de tempo e espaço (EUA querendo impor seus princípios morais 'superiores' aos demais atores internacionais);

6. Supremacia da esfera política sobre as demais esferas (econômica, cultural).

Segundo MORGENTHAU, o Estado define o que é interesse nacional segundo sua necessidade de sobrevivência no quadro de anarquia internacional.
O interesse nacional é diretamente relacionado ao Poder:
 - Manutenção de Poder: traduzindo a ideia de equilíbrio de Poder. Tolerância a mudanças que não perturbem esse equilíbrio.
 - Expansão de Poder: mediante vitória militar ou enfraquecimento de concorrentes. Pode ser militar, econômico ou cultural.
 - Demonstração: é busca de prestígio. Estado impressiona os demais mediante seu poderio (diplomacia/força). Ápice do prestígio é a desnecessidade do uso de violência sendo a mera ameaça o suficiente para a imposição dos interesses do Estado de maior poder.

O realismo (Messari)

As Relações Internacionais, segundo a Escola Realista, são concebidas a partir de alguns pressupostos:

- Estado/Sobrevivência/Poder/Auto-ajuda/Anarquia Internacional.

Características:
Estado:
  - Monopólio da violência;
  - Estabilidade doméstica;
  - Proteção do cidadão;
  - Ator no Cenário Internacional.

Sobrevivência:
  - Objetivo principal do Estado; 
  - Pressuposto para proteção do cidadão;
  - Maquiavel e Weber (ética da convicção x ética da responsabilidade)

Poder:
  - Capacidade tecnológica, econômica e militar do Estado (para atuação no cenário internacional);
  - Capacidade tecnológica, econômica e militar do Estado aferida em face dos demais atores internacionais (aumento do poderio do vizinho leva à guerra/vigilância);
  - Conceito de balança de Poder: Estado se alia ao Estado Central do Poder ou contra ele, conforme ditar seu interesse na busca da sobrevivência.
     - Morgenthau - balança de poder (conjunto de ações política adotadas para tomada de decisões no plano externo (ideia de equilíbrio) - Poder limita o Poder;
     - Waltz - balança de poder (reflete ideia de distribuição de poder. Distribuição de poder é inrente às Relações Internacionais e podem ser Bilateriais ou Multilaterais; não existe Unilateralismo.
        - Bilateralismo - seria mais estável pois os polos se vigiam mutuamente e aos seus aliados;
        - Multilateralismo - mais estável pois a maior distribuição de poder impede a sua concentração.

Autoajuda:
 - Exercício da capacidade de sobrevivência (normalmente das próprias capacidades); não se exclui as alianças e parcerias, mas estas sempre factíveis de rompimento unilateral;
 - Nenhum Estado pode contar com outro para sua sobrevivência;
 - Vigilância permanente;
 - Pactos quebráveis.

Anarquia internacional:
 - Inexistência de um Poder Central no cenário internacional;
 - Colaboração (mais custo/mais ganho);
 - Autoproteção (menos custo/menos ganho);
 - Mútua vigilância;
 - Estado de Natureza de Hobbes (no cenário internacional).